O Cisma do Oriente


No século XI um conflito de interesses entre a Igreja Católica do Ocidente e a do Oriente determinou o Cisma do Oriente. O evento estabeleceu o rompimento dentro da Igreja, ambos os lados passaram a defender suas próprias doutrinas,oque persiste até hoje.

Antecedentes:

Em 391, o imperador Teodósio - o mesmo que dividiu o Império Romano em oriental e ocidental - tornou o cristianismo a religião oficial do Estado. O Império Romano do Oriente manteve como credo oficial a religião cristà; porém, aos poucos, a Igreja Católica do Oriente foi se diferenciando da Igreja Católica do Ocidente. Um dos fatores que contribuíram para isso foi o fato de o papa, autoridade máxima do catolicismo, viver em Roma e de lá comandar toda a Igreja. 

O Império Bizantino tinha seu chefe religioso em Constantinopla, o patriarca, que deveria prestar obediência ao papa. No entanto, o patriarca dirigia a religião do Império Oriental de forma independente. Os desentendimentos entre o papa e os patriarcas eram constantes. 

Além dos contrastes na forma de pensar do Ocidente (influenciado pela cultura romana) e do Oriente(influenciado pelas culturas grega, macedônica, árabe e persa), havia a diferença de idiomas - latim no Ocidente e grego no Oriente -, e mais as diferenças nas práticas e cultos religiosos. Tudo isso levou a um crescente distanciamento entre as duas igrejas.

Causas da Divisão:

Os imperadores bizantinos reinventaram, em toda a sua extensão, o poder de origem divina, típico do antigo Oriente. E, sobre bases cristãs, reuniram o poder espiritual(do papa) e o poder político(de César) nas mãos do imperador. É o chamado Cesaropapismo. É evidente que o cesaropapismo foi de encontro ao poder do papa romano e as divergências entre a cristandade ocidental e oriental foram se acentuando e se acumulando.

Aliás, muitos outros conflitos sociais e políticos do Mundo Bizantino acabaram se expressando na esfera religiosa. É que a unificação do poder temporal e espiritual acabou por transferir para a esfera política divergências teológicas e travestir de religiosidade conflitos sociais e políticos. As divergências teológicas entre o papa e os imperadores bizantinos, na verdade refletiam, como já vimos, a existência de dois mundos distintos e irreconciliáveis.

A Separação das duas Igrejas:

Foi no segundo milênio que as diferenças e enfrentamentos se acentuaram. No ano de 1043 assumiu a Igreja Bizantina o patriarca Miguel Cerulário, sob sua liderança foi desenvolvida uma campanha que pregava contra as Igrejas Latinas na cidade de Constantinopla. O combate proposto pelo novo patriarca envolvia questões teológicas que versavam sobre o Espírito Santo. Anos mais tarde, em 1054, Roma providenciou o envio do Cardeal Humberto à Constantinopla para tentar entender a crise e solucionar o problema. 


Entretanto a crise entre os cristãos já havia tomado lugar, como resultado da discussão o Cardeal Humberto decidiu por excomungar o patriarca Miguel Cerulário. O ato do Cardeal foi entendido como extensivo a toda a Igreja Bizantina, que por sua vez reagiu excomungando o papa Leão IX. Configurava-se o Cisma do Oriente, também chamado de O Grande Cisma do Oriente, que daria origem à Igreja Ortodoxa, no Oriente, e a Igreja Católica Apostólica Romana, no Ocidente.


Ortodoxos do Oriente em Bege

Várias foram as tentativas de reunificar a Igreja, dentre as quais cabe destacar os Concílios Ecumênicos de Lyonem 1274 e de Florença em 1439. Por alguns momentos as duas Igrejas estiveram reunidas novamente, mas sempre por muito pouco tempo. A separação fez com que a cidade de Constantinopla fosse tomada pelos otomanos em 1453 resultando na dominação do Império Bizantino por muito tempo. Somente no dia 7 de dezembro de 1965 que o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras I tentaram aproximar as duas Igrejas novamente levantando a questão das excomunhões, que por sua vez foram retiradas no ano seguinte por ambas as Igrejas.

Na prática os ortodoxos seguem sacramentos típicos da Igreja Ocidental, mas não acreditam na existência do purgatório ou na infalibilidade do papa. Trata-se de uma outra corrente religiosa dentro do cristianismo e dentro do próprio catolicismo, só recentemente as duas partes retomaram os diálogos tentando de alguma forma sanar o Cisma.


Consequências da Divisão:


Na França, em 1438 se ratificou como lei estatal a Teoria Conciliar, a proibição de apelar para Roma como última instância, limitações dos direitos da Santa Sé nas nomeações para ofícios e benefícios na França. Somente em 1905, o Papa voltou a nomear os bispos franceses.

Na Alemanha, os príncipes usurparam a jurisdição eclesiástica em seus territórios com a imposição de taxas sobre os bens eclesiásticos. O sentimento anti-romano é muito forte, cunhando-se até a expressão “doutor em Roma, burro na Alemanha”.


Na Inglaterra, a descrença em relação a Roma se fortaleceu com o cativeiro de Avinhão: aos olhos dos ingleses o papa era instrumento do soberano francês contra quem a nação inglesa se empenhou em longa e violenta luta. Vários decretos do século XIV negam ao papa o direito de nomeação para os ofícios eclesiásticos ingleses, proíbem o apelo a Roma e a introdução das Bulas papais. De fato, a Igreja inglesa era independente de Roma.

Na Espanha, a unidade religiosa foi considerada básica para a unidade nacional. Em 1478 nasceu a Inquisição espanhola sob controle estatal. Em 1492, com a conquista da América, Portugal e Espanha adquirem o direito do Padroado, pelo qual assumiram o governo da Igreja.


Fonte do Texto: História da História , InfoEscola
Edição Total: História Espetacular

15 comentários:

  1. Nada de sagrado.....apenas luta pelo poder.
    Enquanto isso as massas são manipuladas com mitos.

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  2. A cada dia que passa esse blog fica melhor, apesar de ser professor de biologia sou apaixonado pro história...

    Abraços...

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  3. Não deveria ter tido uma divisão e sim uma extinção das igrejas

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  4. Mt bom, sendo cristão, só vejo uma coisa: perdas e perdas de almas, se foi para isso q Cristo veio. Pois se devemos somar, fizeram o calculo errado. Hoje temos maturidade suficiente para discutir essas questões? sempre me pergunto, o pq de toda essa palhaçada, e como o amigo disse a cima, PODER.Ainda mais com essas denominações do mal que vem para roubar e desviar da verdade. Mas parabéns o blog e top.

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  5. sinceramente o mundo seria bem melhor se não tivesse existido igrejas , catolicismo e cristianismo .......
    estariamos pelo menos 200 anos a frente do que conhecemos hoje em termos gerais ......

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  6. quantas pessoas perderam suas vidas acreditando nessas coisas? rs

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  7. as pessoas deveriam parar de colocar a culpa na Igreja. O homem é mau, nós somos assim. Todas as populações criaram suas crenças.. isso tambem é do ser humano: encontrar respostas para tudo.

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  8. denominações várias é p existir mesmo senão a sagrada escritura estaria errada,a tendencia é piorar , a ganancia do homem cada dia aumenta mais e em nome de cristianismo e religião tentam derrubar um ao outro outro tornan-se desumano, gananciosos, impiedosos, roubam a conciencia de indoutos conforme suas ideologias. de qualquer forma parabens Guilherme

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  9. Por mim q explodam todos! Soh Alah salva!!!!

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  10. Mente imatura expressa ideias imaturas.lamentavel

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  11. muitoo bom este blog adorei respondi todas as questões que precisava (:

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  12. muito bom me ajudou por de mais

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  13. a única questão que eu tenho é porque que há pessoas que não sabem escrever nos comentários

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