Com o propósito de aliviar a pressão dos mouros sobre as fortalezas portuguesas, Portugal organizou uma força militar constituída por 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros. A armada partiu de Lisboa em 25 de Junho de 1578, fez escala em Cadiz e aportou em Tânger, seguindo depois para Arzila.
Nessa oportunidade os portugueses cometeram um primeiro erro, pois a tropa foi mandada seguir a pé de Arzila para Larache, quando o percurso poderia ter sido feito por via marítima, o que permitiria maior descanso às tropas e o necessário reabastecimento em víveres e água.. A partir de Larache a força afastou-se da costa em direção a Alcácer-Quibir.
Ressalta-se o fato de que, no século XVI, grande parte das vitórias portuguesas ocorreu na zona costeira, onde era possível fazer valer a vantagem do poder de fogo de seus navios de guerra. Longe dos navios, enfrentando o calor de uma região praticamente desértica e um exército superior em efetivo e combatendo no seu território, os portugueses não adotaram as medidas de segurança necessárias. O Rei D. Sebastião recusou-se terminantemente a ouvir os conselhos dos oficiais mais experientes, que ponderavam que o exército se devia manter próximo dos canhões dos navios. Alguns dos comandantes, diante da controvertida decisão, chegam a falar em prender o rei, para impedi-lo de levar seu plano adiante.
As forças muçulmanas compreendiam que não poderiam enfrentar os portugueses perto da costa, e não avançaram em direção à força invasora, preferindo que os portugueses tomassem a iniciativa e buscassem o combate. Por decisão do rei, o exército partiu finalmente em direção a sul afastando-se do litoral.
Exército Marroquino |
Quando as forças portuguesas estabeleceram contato com o exército mouro, em 4 de agosto, encontravam-se em marcha há sete dias e depararam-se com forças muçulmanas com cerca de 60.000 combatentes, ultrapassando os efetivos portugueses em uma razão de quatro para um.
No início do combate os arcabuzeiros muçulmanos dispararam contra os portugueses e, em seguida, uma carga de cavalaria ligeira moura forçou as primeiras linhas portuguesas a recuar de forma desordenada. O exército cansado e extenuado reagiu mal, recuando desordenadamente e gerando uma enorme confusão, quando a primeira linha misturou-se com as tropas na retaguarda.
A resposta portuguesa foi rápida, mas ineficaz. No que parece ter sido uma tentativa para desarticular o ímpeto do ataque muçulmano, uma força portuguesa, aparentemente de cavalaria, penetrou as linhas muçulmanas, mas foi subjugada pelos mouros em maior número.
Metade do efetivo das tropas portuguesas morreu na batalha e a outra metade foi feita prisioneira. Muito poucos voltam. Apesar de se duvidar da morte do rei português,é provável que ele tenha perecido nesta batalha.
Consequências:
Portugal perde seu rei e sua independência por 60 anos |
Reconhecimento do cadáver de D.Sebastião |
Filipe efetivamente ascendeu ao trono em 1580. A maioria da nobreza portuguesa que participou da batalha ou morreu ou foi feita prisioneira. Para pagar os elevados resgates exigidos pelos mouros, o país ficou enormemente endividado e depauperado em suas finanças. Depois desta derrota Portugal perderia sua independência por 60 anos com a formação da União Ibérica.
Curiosidades:
• O primeiro rei a morrer foi Mulei Moluco. (morreram 3 reis na batalha).
• O general português entra e sai da tenda do rei como que para receber ordens, mas o rei estava morto.
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